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Publicado a: 08/06/2018

Lorde no NOS Primavera Sound: uma legião de fãs com direito a sessão espírita

Publicado a: 08/06/2018

[TEXTO] Alexandra Oliveira Matos [FOTOS] Pedro Mkk

Já tínhamos reparado no glitter em muitas caras de festivaleiros, nos casacos de lantejoulas e nas saias brilhantes. Porém, quando Lorde subiu ao palco principal do NOS Primavera Sound tudo fez mais sentido. O macacão rosa metalizado que trazia com casaco igual e o glitter nas pálpebras da cantora neozelandesa carimbavam a certeza de que o Parque da Cidade no Porto encheu para a ver. Estamos errados?

Ainda nem a jovem cantora tinha entrado em palco e a legião de fãs já se fazia ouvir. “Sober” e “Homemade Dynamite” — que merece o remix com Khalid, Post Malone e SZA — abriram o concerto focado em Melodrama, aclamado trabalho lançado em 2017. “Olá, Porto”, gritou Ella Yelich-O’Connor e enganou-se quem pudesse ter pensado que a menina de apenas 21 anos seria tímida em palco. No alinhamento, com quinze músicas, foram muitos os momentos em que falou para os fãs.

Lorde não vinha a Portugal desde o dia 31 de Maio de 2014. Actuou no Rock in Rio Lisboa num dia de sol, recordou. O tempo instável mereceu atenção especial, atirando as “culpas” disso para uma espécie de sessão espírita congeminada por si e pelo público que estava à sua frente. Acreditam em bruxas?

Envolta em bruxedo e magia, a relação da artista e dos fãs continuou também com “Tennis Court”, “Buzzcut Season”, “Ribs”, “Royals” e “Team”, músicas de Pure Heroine – o álbum que lançou em 2013, quando tinha apenas 16 anos de idade. Cantou-as quase sempre em coro com o público, o que prova o que foi dizendo: “gosto de pensar que já me ouvem há algum tempo e têm estado a guardar todas essas intensas e complicadas emoções para que as possamos dançar hoje”. Ou exorcizar, já que falámos em bruxedos…

As emoções dos desamores naturais da vida foram sendo traduzidos por bailarinos que de vez em quando enchiam o palco, dando-lhe mais movimento e acção. Lorde também entrou nas coreografias e foi até carregada em braços em “The Louvre”. Melodrama, o fio condutor, intensificou-se em “Liability”. “F**k them”, sugeriu ao dizer que “por vezes sentimos que toda a gente nos abandona”. O público na linha da frente, a maioria mais jovem que a própria artista, parecia sentir cada palavra gritando em concordância.

Com um convite para “Perfect Places” e um abraço colectivo em “Team” — Lorde esteve efectivamente junto às grades de segurança a receber festas e apertos enquanto cantava –, o concerto fechou depois com “Green Light”. Energético e sentimental: foi assim o espectáculo que encabeçou o primeiro dia do NOS Primavera Sound 2018. Pelo menos se quisermos seguir a “hierarquia” dos palcos, porque pouco depois, e ali bem perto outro feitiço tomou conta de outra multidão. Ou seria a mesma?…

 


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