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Publicado a: 11/11/2016

Kking Kong: “Eu faço este estilo de música por causa dos Buraka”

Publicado a: 11/11/2016

 

[ENTREVISTA] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Hélder White [VÍDEO] Pedro Silva

O mistério é adensado pela falta de informação e o escasso número de fotografias com a sua cara é sinal de que prefere o anonimato. Pedro Maurício, que assina produções como Kking Kong, não gosta das câmaras, mas a sua música é o contraste desse fecho em si mesmo: vibrante e ritmicamente acutilante. A Enchufada, mais concretamente Branko, encontrou-o entre os milhares de produtores de SoundCloud e deu-lhe uma casa, espaço e uma rede de contactos que o meteram a trabalhar na mesma sala que Carlão, Vilão ou Fred (Orelha Negra).

Damaia é o EP de estreia do produtor de 25 anos, umas das grandes apostas da Enchufada, juntamente com Dotorado Pro, e o cartão-de-visita para um talento que promete não só dar cartas na global bass music como também no universo das rimas e batidas.

 


kking kong 1


Vamos começar pela tua apresentação, até porque existe pouca informação sobre ti. Quando é que o Pedro Maurício passou a ser King Kong?

Para aí há quatro anos. A cena começou porque eu estava no 12º ano e tinha chumbado. Decidi fazer música como passatempo. Só tinha duas aulas por semana e estava a perder tempo em casa. Comecei por aí.

Sempre tiveste inclinação para fazer este estilo de música ou existiu outra coisa que te puxava no início?

Ya, foi logo influência desde 2008 dos Buraka (Som Sistema).

O que é que ouvias na altura?

Tão rápido ouvia Buraka como Modeselektor. Era mesmo um misto de cenas.

Quando é que surge a ligação da Enchufada?

Em 2012. Eu comecei a pôr umas faixas free na Net – uns bootlegs – e o João Barbosa (Branko) mandou-me mensagem no SoundCloud e convidou-me para ir tocar a uma Hard Ass (Sessions).  A partir daí fomos construindo a cena.

 



Apesar de só agora lançares o teu primeiro EP, tens deixado marcas em álbuns de hip hop, mixes e compilações. Por exemplo, tens créditos na canção “Entre o Céu e a Terra” do Carlão. Como é que isso aconteceu?  

Trabalhava e trabalho com o Fred. Os Orelha Negra lançaram um documentário/DVD. Eu mandei mensagem ao Fred a dizer que tinha curtido bué e a dizer que falasse para qualquer coisa que precisasse. O Fred já tinha ligação com o Branko. E foi a partir daí que o Fred convidou-me a ir ao estúdio dele em Campo de Ourique e as cenas foram começando a surgir dessa forma.

 



Também tens remixes a canções do Vilão e dos 5-30. Teremos um King Kong a produzir mais para rappers?

Por acaso, estou a produzir o álbum novo do Vilão. Também estou a fazer umas cenas novas com o Carlão e umas dicas novas para o Mike El Nite.

 


king kong 2


Voltando o foco para o EP, porquê o título Damaia? É uma homenagem à tua terra?

Queria fazer uma cena que fosse a representar a minha zona. A “Damaia” é para uma cena geral, o “Mussulo” é o spot onde os rapazes lá vão buscar as “litras” e whatever, a “Chibaria” acho que é uma beca óbvio (risos) e a “Arcadas” é, imagina, quando a polícia dá-te o aperto e vais para uma arcada beber, ‘tar no convívio, fazes barulho.

O que é que podemos esperar da sonoridade do EP?

Uma cena mais club, bass. Uma cena que só a Enchufada lançaria. É mais por aí. Com influências de afrohouse e kuduro.

Como é que é trabalhar com o Branko e o Rastronaut? Trabalhas em conjunto com eles?

Ya ya. Eu faço uma cena e mando para eles. Eles dão uma opinião e eu construo à volta do que eles me disseram.

Actuaste na festa de despedida dos Buraka Som Sistema. Qual é a importância da banda para ti?

É enorme. Eu faço este estilo de música por causa dos Buraka. Black Diamond para mim é um dos melhores álbuns de electrónica…

Qual é a tua faixa favorita desse álbum?

“IC19”. Mesmo ao lado da Damaia (risos).

Depois da Damaia, o que é que está aí na calha para um futuro próximo?

O álbum do Vilão acho que está mesmo quase. Acho que é em Janeiro. Fora disso estou a preparar um EP para uma editora londrina chamada Nervous Horizon. Tenho estado a falar com um dos chefes deles, o TSVI, para estar a tratar disso. Vou mandar as faixas e ver o que eles dizem.

 


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