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Publicado a: 04/01/2016

Kendrick Lamar: “Quero ganhar os Grammys todos não apenas por mim, mas pela cultura”

Publicado a: 04/01/2016

[FOTO] Direitos Reservados

 

“Quero ganhá-los todos”, revela Kendrick Lamar quando questionado por Joe Coscarelli do New York Times sobre as suas expectativas para os Grammys. O autor de To Pimp a Butterfly coleccionou 11 nomeações e agora aguarda a cerimónia que terá lugar no próximo dia 15 de Fevereiro. “Quero ganhá-los todos. Porque isso não será apenas uma afirmação pessoal, mas de toda a cultura. São todos os importantes, por causa das fundações que os pioneiros lançaram antes de mim. Nas não teve a hipótese de estar nesta posição. Ou Pac. Por isso ser reconhecido e até ganhar seria para todos eles”.

Nesta nova entrevista a uma das mais importantes publicações do mundo, Kendrick Lamar revela muito do que lhe vai na alma e do que pensa do ano que acaba de terminar, contando ainda que preferiu resguardar To Pimp a Butterfly dos palcos para não o expor demasiado, e levantando assim, uma vez mais, a questão do que será realmente o repertório que trará para a estrada em 2016, inclusive para a sua passagem já anunciada pelo festival Super Bock Super Rock, em Julho próximo.

Quando confrontado com o facto de 11 nomeações para os Grammys serem apenas uma menos do que o recorde pessoal de Michael Jackson, Kendrick demonstra ser um artista humilde e deixa claro que não se vê na mesma divisão do malogrado ídolo. “Ainda não trabalhei tanto como ele trabalhou”, remata. K.Dot explica que sentiu que “Alright” se tinha tornado um hino para o movimento #BlackLivesMatter quando percebeu que a canção ressoava nas ruas e não apenas nas salas de concertos. “É um cântico de esperança”, afirma, creditando Pharrell como responsável pela força da canção. “Quando faço música isso reflecte o estado mental em que me encontro”, adianta ainda o rapper de Compton a Joe Coscarelli. “E este é o ponto em que me encontro agora”.

 


 

 


Na entrevista aborda-se ainda o facto de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter confessado à revista People que “How Much a Dollar Cost” foi o seu tema favorito de 2015. “Descobri isso ao mesmo tempo que todas as outras pessoas. É incrível. Descobrir que ele gostou dos mesmos bombos e tarolas que eu também curto só o torna mais humano”, elabora o MC, que, uma vez mais, desvia o foco do poder das suas palavras para o impacto da música. Aliás, essa é uma ideia que volta a abordar na entrevista quando aponta Drake e Future como dois dos seus artristas favoritos no ano que terminou. “O Future matou tudo. Esmagou. O Drake esmagou. A ética de trabalho do Future foi incrível, a sua energia. E é aqui que as pessoas percebem mal as coisas acerca do hip hop: é tudo hip hop. Não se pode dizer que só o que eu faço é hip hop, porque tudo são energias. O James Brown podia pegar numa faixa e murmurar o dia inteiro. Mas sabem uma coisa? Ele deixava a alma nessas faixas”. Kendrick desvaloriza assim a discussão em torno do que é “real” ou não no hip hop e conclui que tudo se resume ao que os temas fazem as pessoas sentir.

 


https://vimeo.com/150389574

Não se pode dizer que só o que eu faço é hip hop, porque tudo são energias. O James Brown podia pegar numa faixa e murmurar o dia inteiro. Mas sabem uma coisa? Ele deixava a alma nessas faixas.
– Kendrick Lamar

 


À entrada de um novo ano, Kendrick revela igualmente que tem estado a escrever sem parar, mas que não faz ideia de quando regressará a estúdio. Um próximo trabalho, explica, terá que “vir de um lugar orgânico e original. E isso pode acontecer amanhã ou daqui a dois anos”. O que não significa que Kendrick opte por estar parado, como aliás “God is Gangsta” deixa claro: o MC apresentou há dias um novo vídeo no Vimeo que reúne os temas “U” e o interlúdio “For Sale?” num novo objecto artístico que deixa claro que K.Dot não tem apenas ambições poéticas. O seu desempenho em objectos visuais como “Alright” deixa claro que Kendrick tem aspirações de ser um artista completo e assim se entendem melhor as suas declarações na entrevista ao New York Times sobre Michael Jackson. A entrevista pode ser lida na íntegra aqui.

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