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Publicado a: 27/08/2015

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Claps sintéticos, sempre uma boa ideia na música. Bolangassa está a tornar mais aguerrida a bagagem de percussão que traz do século XX. Como é que esta música chama por nós? Podemos ficar logo em “Disna Ngaï”, um bom mundo de compasso, quebras, camadas, piano e mood. House? Foi neste espaço que se produziu a centelha. Logo aí, a sensação do movimento perpétuo – nestes casos sempre reforçada pelo facto de terminar em fade out, deixando a imaginação prolongar a experiência tanto quanto quiser. Ou seja, não existindo uma conclusão marcada, esta música tem um potencial de longevidade muito forte.

“Rikikida” dá aquele postal de África, com os cânticos por cima da marcha mas também a orientar o seu percurso. Segura toda a gente no passo, como uma aula colectiva ao ar livre, serve como abrandamento no ritmo antes de “La Vie” tomar conta. A paisagem começa a passar muito rápido, mas não tão rápido como Shangaan (só para se orientarem), os claps mandam uma sugestão de footwork mas isto é puro minimalismo africano de agora.

Não tem canção, nem subidas e descidas nem artes de decepção. Praticamente nem um kick tem. É o que é. Os braços e as pernas ficam independentes ao mesmo tempo. Outro fade out e ficamos nisto para sempre.

 

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