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Publicado a: 06/10/2016

Jamz Supernova (BBC Radio 1xtra): “Skepta é para o grime o que o Frank Ocean é para o r&b!”

Publicado a: 06/10/2016

[FOTO] Direitos Reservados 

 

As noites C.R.E.A.M no Lux são um reflexo do som do presente que olha para o futuro e Jamz Supernova é a  próxima convidada a encaixar na perfeição no que é solicitado: dia 13 de Outubro podem vê-la a “rodar discos” com mira a apontar para o r&b futurista e música guiada pelo bass.

A locutora de rádio e DJ da BBC Radio 1Xtra auto intitula-se “rainha do SoundCloud” e a conversa com Alexandre Ribeiro para o ReB deu-lhe a oportunidade de falar sobre o grime, a cena musical portuguesa e a importância do tastemaker no mundo actual.

 


Para a audiência portuguesa que não te conhece: quem é a Jamz Supernova?

Sou uma DJ e locutora de rádio de Londres. O meu programa de terça à noite na BBC Radio 1Xtra é na sua maioria future r&b, mas os meus DJ sets são mais guiados pela bass music.

 

O trabalho como tastemaker, DJ e broadcaster tem diluído a sua importância numa geração ligada à Internet. O que é que achas essencial para uma pessoa na tua posição?

Para mim é incrivelmente importante ficar ligada o mais possível e usar a Internet como vantagem na procura, descoberta e apoio a artistas fora do radar. Para mim é mais importante criar uma comunidade de pessoas com os mesmos gostos musicais, mas também construir uma comunidade entre mim e os artistas que estão a rebentar na Internet. Quero ser o canal para eles levarem a sua música dos blogues/Soundcloud até à rádio.

 

Tu olhas para o futuro no teu programa e nos teus sets. Achas que é necessário conhecer o passado na perfeição para descobrir os talentos do futuro?

Eu penso que é importante ter referências do passado e ser bem variado na música que foi feita ao longo dos tempos. Do ponto de vista de uma tastemaker pode ajudar a perceber modas e ciclos musicais. Em termos de olhar para o novo talento, eu estou mais preocupada em encontrar alguém diferente, que experimenta e que soa a futuro.

 

O futuro da música pop está nos produtores que emergem da Internet?

A 100%. Se tu notares nos últimos anos, os produtores que nós aclamámos e defendemos no SoundCloud são os produtores do momento. Cashemere Cat é um exemplo óptimo. Mura Masa está a moldar a música pop por aqui. Até Major Lazer & Diplo: eles têm sempre puxado os vários sons da Internet e incluem moombathon e trap nas suas produções. Agora é som que todos tentam imitar. A “Where Are You Now” dos JackU diz tudo!



 

Recentemente, o Skepta ganhou o Mercury Prize com o Konnichiwa. O grime está finalmente a ganhar?

Realmente está. O grime tem cimentado a sua posição como género que está cá para ficar. É britânico e um orgulho. Eu também acho que o Skepta ganhar o Mercury Prize também serve outro propósito importante: mostra que se tu tirares tempo para aperfeiçoar o teu ofício e crescer a cada álbum, tu podes tornar-te um artista que não precisa de comprometer o seu som para chegar ao topo. Skepta é para o grime o que o Frank Ocean é para o r&b! Um autêntico artista!

 

Tens algum conhecimento sobre a cena musical portuguesa?

Sou uma fã massiva do Global Club Sound. E tenho mandar um agradecimento ao Branko por me ter mostrado esse mundo. Fiquei fã dos Buraka Som Sistema no dia em que eles se atravessaram no meu caminho. Eu amo a Enchufada e todos os seus lançamentos. Dotorado Pro é um novo favorito: “African Scream” surpreende-me sempre que ouço.

 

O que é que anda a tocar com frequência na tua playlist?

Eu tenho gostado realmente de re-introduzir o funky house nos meus sets, como por exemplo clássicos do Lil Silva. Foi nisso que eu cresci e eu adoro o feeling de nostalgia cada vez que ouço. Eu toco muito Poté nos meus sets. Ele é um óptimo produtor do Reino Unido que a Enchufada assinou logo quando apareceu!

 

O que é que podemos esperar do teu set no Lux?

Estou tão entusiasmada pela minha estreia em Lisboa! Ouvi tantas histórias incríveis sobre o Lux. O meu set vai ser mix insano de bass, carnival vibes e remixes fixes de r&b!! Vejo-vos lá!

 


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