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[Foto]: Schiko
Savage é o novo álbum de James Pants e sucede ao trabalho de 2011 que tinha no título o nome do seu autor.
Pants é um produtor muito particular que se distingue mesmo num catálogo tão personalizado como o da Stones Throw. Nas suas produções sente-se a infinita curiosidade de um digger, mas um digger que nunca teve problema em olhar para onde a maior parte dos criadores armados com samplers raramente ousam sequer espreitar. E isso sempre garantiu uma enorme frescura e originalidade aos seus beats que chegaram mesmo a merecer elogios de Tyler, The Creator, outro criador habituado a fugas à norma.
De acordo com as palavras do próprio James Pants, Savage é inspirado por “floreados de Martin Denny, breakbeats livres de royalties, Gary Wilson e o famoso clube de Hamburgo Golden Pudel“. Ou seja, na mesma frase, as diferentes coordenadas da exótica do final dos anos 50, o enorme universo dos beats que ainda ancora o que faz nos terrenos do hip hop – embora de um ponto de vista muito esotérico -, a electrónica esquizofrénica de Gary Wilson e a abertura de um clube onde se exploram muitas sonoridades desafiantes.
James Pants explica ainda que só usou MIDI e um portasound da Yamaha para criar um disco que é apontado como lo-fi e digital, ecoando outras produções recentes de produtores que começam a investigar os detritos sonoros corporativos do arranque dos anos 1990.
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