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Publicado a: 11/10/2015

Hot Sugar: a arte de transformar barulho em música

Publicado a: 11/10/2015

[TEXTO] Gonçalo Oliveira

 

Falarmos de Hot Sugar ou de música associativa é praticamente a mesma coisa. O produtor nova-iorquino é um dos pioneiros e, provavelmente, um dos poucos que limita o seu processo de criação ao uso exclusivo de sons do quotidiano. Mas este é um tipo de limitação que acaba por não o limitar em nada, feitas bem as contas. Vale tudo. Qualquer tipo de som serve para Hot Sugar, que durante a fase de criação processa os samples de tal forma que os mesmo ficam irreconhecíveis. Imaginem captar o som de uma gota a cair no chão e o transformarem num kick de bateria. Não existem barreiras. São experiências arriscadas que tanto podem não dar em nada como podem gerar um tipo de som único que nenhum outro instrumento consegue imitar.

Numa entrevista de 2012, o produtor de Nova Iorque chega mesmo a referir que, quando se iniciou nesta prática, gravava vários tipos de ruídos da televisão analógica e processava-os de tal forma que conseguia fazer deles linhas de baixo, percussões ou instrumentos de corda, entre outros. Na mesma entrevista fala ainda de um beat feito com um rato a tocar piano e de uma experiência onde colocou sons da sua namorada a gemer durante um orgasmo ou o barulho da sua urina ao cair na água, de forma a trocar pelas palavras que a sua editora queria censurar num dos seus EPs. O mesmo refere que este processo acabou por tornar a versão censurada muito mais hardcore do que a versão dirty.

No seu currículo leva já uma compilação, quatro EPs e um álbum, por sinal lançado este ano com o título God’s Hand. Tudo isto entre 2011 e 2015. E, apesar de preferir o formato instrumental, já trabalhou em dezenas de faixas com MC’s amigos como KOOL AD, Big Baby Gandhi, Lakutis ou Antwon.

 

[UMA DICA INSTRUMENTAL DE NERVE]

 

[UMA DICA DE BARRAS DE NERVE]

 

[STREAM DE GOD’S HAND]

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