pub

Publicado a: 08/04/2017

A história dos Da Weasel em 10 fotografias

Publicado a: 08/04/2017

[TEXTO] Alexandra Oliveira Matos [FOTOS] Direitos Reservados

Em 1993, as máquinas fotográficas não eram digitais. Ainda ninguém tinha telemóveis com toques polifónicos, quanto mais com câmara fotográfica. Também ainda nem se desligava o fio do telefone fixo para o ligar ao modem e assim aceder à internet. Em 2010, quando os Da Weasel anunciaram o fim do coletivo, ainda não se faziam directos nas redes sociais ou sequer se publicavam fotografias por tudo e nada. É esta a justificação plausível para tão resumido álbum fotográfico de uma banda que fez música durante 17 anos, mas nos dá banda sonora para o resto de uma vida. Se há expressão que não se adequa aos Da Weasel é esta: “uma imagem vale mais do que mil palavras”.

Ainda assim, deixemos que estas fotografias nos contem a história que já conhecemos de cor através dos ritmos únicos e palavras “fedorentas” da doninha.

 


foto-1

É impossível folhear o álbum fotográfico dos Da Weasel sem ver estas duas caras. “Noutro milénio” é a legenda da fotografia, publicada por Carlão no Instagram, ideal para começarmos a ilustrar a história da doninha. À esquerda João Nobre e à direita, com 4 anos de idade de diferença, Carlos Nobre. Ambos nascidos em Angola, mas nesta foto, a tirar conclusões pela localização colocada na fotografia, já era Almada a cidade onde os dois irmãos partilhavam quarto, música e ideias. Tocavam guitarra em bandas diferentes. João fazia-o nos Braindead, a banda que fundou em 1988.

Foto: Instagram – Carlão.

 


foto-2

Nesta fotografia, também publicada no Instagram de Carlão, aparecem Carlos à esquerda, no meio Nuno Espírito Santo, o baixista dos Braindead, e à direita João. Os três no backstage do Rock Rendez-Vous, um espaço de rock por excelência na década de 80 em Lisboa. Esta fotografia data de 1989, Carlos tinha 14 anos. João 18. Faltavam ainda 4 anos para que João Nobre desafiasse o irmão mais novo a cantar. E 5 anos para que o pudéssemos ver de microfone na frente de palco.

Foto: Instagram – Carlão.

 


foto-3

Carlão ao lado de Yen Sung no Festival do Hip Hop em 1994. Yen foi a primeira e única cara feminina a passar pelos Da Weasel. Talvez neste momento, o público vibrasse com “God Bless Johnny”, o grande sucesso do primeiro EP da doninha – More Than 30 Motherf***s. Em quarteto – Pacman, Jay, Yen Sung e Armando Teixeira -, estava posta em prática a ideia fixa de João Nobre embebida de inspirações como os Public Enemy e Disposable Heroes Of Hiphoprisy.

Foto: Ithaka.

 


foto-4

Da esquerda para a direita. Pedro Quaresma, Yen Sung, Jay Jay Neige, Pacman e Armando Teixeira. Na fotografia falta Guilherme Silva, dono da bateria, também vindo dos Braindead. 1995 trouxe mais elementos e o primeiro álbum da banda, desta feita em português – Dou-lhe com a alma.

Foto: Blitz

 


foto-5

Entretanto, a doninha percorria o país a encher salas. Na imagem estão Pacman e Yen Sung no videoclip da música quatro do primeiro álbum. “Dá-me um batuque que eu preciso dançar”, cantava o elemento feminino da banda em “Essa vida”. Porém, antes do terceiro trabalho, Yen Sung sai de cena e entra em palco Virgul, também na voz.

Foto: YouTube.

 


foto-6

Seria algo assim, na frente de palco. Aqui já se ouvia, provavelmente, o 3º Capítulo. Primeiro álbum com a participação de Virgul. Em 1999 chegou Iniciação a Uma Vida Banal – O Manual, de que ficou, entre outras, “Agora é para sempre” ou “(No Princípio Era) O Verbo”. Sons que passam com frequência, quase 20 anos depois, em qualquer noite de hip hop.

Foto: Direitos Reservados

 

 


foto_7

Armando Teixeira acaba por deixar a maquinaria da banda. Os 5 – Pacman, Jay Jay, Quaresma, Guilherme e Virgul – lançam mais um álbum, em 2001. Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder deixa na história dos Da Weasel músicas como “Tás na boa” e “Sigue Sigue” com os Orishas. Nesse mesmo ano, Glue começa a tomar conta dos pratos.

Foto: Carlos Ramos

 


foto_8

Nas fotografias voltaram a aparecer seis elementos e na memória da maioria (ou pelo menos no baú da internet) é desta formação de Da Weasel que melhor nos recordamos. 2004 trouxe às rádios “Força (Uma página de história)”, “Re-tratamento”, “Casa (vem fazer de conta)”, com Manel Cruz. Hits inesquecíveis do álbum Re-definições e que confirmavam o sucesso dos Da Weasel.

Foto: Kenton Thatcher

 


foto-9

Daí a três anos, a doninha estava a encher o Pavilhão Atlântico já com o sexto e último álbum na bagagem. Amor, Escárnio e Maldizer contou com a participação de Bernardo Sasseti, Rui Massena e ate os Gato Fedorento. Participações que provam bem o mediatismo do coletivo. Deste último trabalho não deixámos de ouvir tocar “Dialectos de Ternura”, “Mundos Mudos”, “Toque-Toque” e tantas outras de que ainda sabemos a letra de cor.

Foto: Manuel Lino

 


foto_10

A 9 de Dezembro de 2010, a comunicação social noticia o fim da banda. “Acabaram de forma digna”, disse Henrique Amaro ao jornal Público nesse dia. Para a história, ficam também estas fotografias, mas sobretudo a valiosa herança musical dos 17 anos de criação, álbuns e concertos.

Foto: Filipe Rebelo

pub

Últimos da categoria: Ensaios

RBTV

Últimos artigos