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Publicado a: 20/04/2016

Festival Rimas e Batidas: um Soft Power Sagrado a fechar a primeira noite

Publicado a: 20/04/2016

[TEXTO] Bruno Martins [FOTO] João “Lagarto”

Coube aos Pro’Seeds a tarefa de fechar a primeira noite da segunda edição do Festival Rimas e Batidas. Serial, Score e Berna tinham chegado a meio da tarde a Lisboa a tempo de um par de entrevistas sobre o disco de estreia Soft Power Sagrado e um bom jantar em pleno Cais do Sodré. Foi já pela uma da manhã que o trio arrancou com a sua prestação – “Serial no beat, Score no corte” e Berna a cuspir rimas enérgicas sobre malhas com uma harmoniosa junção de samples clássicos de bombo e tarola ao espírito electrónico conferido pelas máquinas do veterano produtor dos Mind Da Gap.

Berna é um frontman de luxo: não deixa ninguém na plateia estar quieto e assume o papel de verdadeiro storyteller , a passear-se em palco, de um lado para o outro. Tem sempre uma piada pronta para disparar – ou uma frase para nos fazer pensar. “Esta é para aqueles que conseguem superar-se a si próprios”, anunciou antes de lançar “’Tás Feito”, malha que também foi directa para quem levantou o braço a confirmar que vai ao ginásio.

Berna insiste e pede para os presentes se chegarem à frente e darem um pouco mais de calor a este Soft Power Sagrado – que bem merece. Antes de subir ao palco, e em conversa com o Rimas e Batidas, Serial confessava que o disco, há 19 dias na rua, tem sido muito bem recebido – e já vão na terceira remessa de envios. O público do Musicbox também parece ter ficado convencido e reagiu com pés a mexer e muitos aplausos a faixas mais satíricas como “Soft Power Sagrado”, dedicado à antiga presidente da Assembleia da República Assunção Esteves e “Quim” – personagem que pode muito bem vir a ser candidato a Presidente da República, de acordo com Berna – mas também a outros registos mais meditativos como “Alfabeto” ou “O Medo de Perder”.

E numa noite em que a arte e o espírito de J Dilla foram evocados do início ao fim, os Pro’Seeds também deixaram a sua homenagem ao produtor: “O Jardim no Inferno”, faixa com texto “do senhor António Xavier”, avô de Berna, de produção electrónica e sintetizadores lá no fundo a serem cortados e riscados por Score. Também dedicada “àqueles que criam alguma coisa quando chegam a casa ao fim da tarde. Para quem faz graffiti, para quem faz rimas, para quem faz beats.” Para quem tem paixão pela arte.

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