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Ilustração: Dialogue
Vídeo: Luis Almeida
Publicado a: 10/10/2017

A terapia musical de Nerve, Karlon, Keso e ProfJam.

Dia Mundial da Saúde Mental: Uma viagem pelos labirintos mentais de quatro rappers portugueses

Ilustração: Dialogue
Vídeo: Luis Almeida
Publicado a: 10/10/2017

Hoje, dia 10 de Outubro, é Dia Mundial da Saúde Mental. Mas o que é que isso tem que ver com música? Com hip hop? Nós respondemos: tudo! E, para nos ajudar a estabelecer ligações, fomos conversar com quatro nomes do rap nacional. Nerve, Karlon, Keso e ProfJam aceitaram sem estigma esta entrevista em que se destrói a linha ténue entre aquilo que é o trabalho do rapper e a sua própria identidade. Afinal de contas, são duas dimensões perfeitamente interligadas.

Atenção: não quisemos, nem queremos, descodificar o que é de cada um. Muito menos rotular. Mas porque é que ProfJam canta “a minha mente organizou uma festa privada em que a paranóia é a convidada”? E porque é que Nerve escreve sobre a sua adolescência na faixa “98” e fala em “moldar uma alma torta”?



Keso confessa no refrão da música “Defeito Sério” que morreu “umas quantas vezes” e Karlon tem uma mixtape intitulada Paranóia. Frutos do acaso? Apenas jogos de palavras? Provavelmente não. Não é possível separarmos corpo e mente e a saúde mental é um aspecto fundamental de um equilíbrio necessário.

Estes quatro rappers sabem-no e falam disso abertamente ao ponto de Keso nos ter dito que foi uma passagem por um momento mais depressivo que o levou a escrever todo o último álbum, KSX2016. Karlon usou o hip hop como diário da sua passagem pelos internamentos em psiquiatria e daí ter surgido a mixtape Paranóia. ProfJam garantiu que Mixtakes nasceu de uma viagem de busca pelo seu equilíbrio. E Nerve admite que algumas das suas músicas são uma reflexão e espelho de algumas inseguranças, “uma maneira de se perceber”.

A música é uma terapia? O psicólogo Mésicles Berenguel ajudou a responder a esta questão: “quando um artista escreve uma letra pode ser uma catarse, pode ser uma libertação das coisas menos boas”. E assim sendo, é só para quem escreve?



“Os rappers dizem o que é, têm essa coragem”, afirma o psicólogo que acrescenta ainda que “isso pode ajudar a pessoa que ouve essa música”. Ao longo deste ano de 2017, a Organização Mundial de Saúde tem vindo a alertar para a problemática da depressão, doença com a qual sofrem mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, as contas da Direcção Geral de Saúde revelam que um em cada cinco portugueses lida com um problema de saúde mental.

Se a música é um escape, os artistas são quem pinta estes retratos sónicos para onde todos fugimos, nem que seja por meros segundos.


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