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Publicado a: 21/11/2017

dgtldrmr.: “Levar esta história para um plano visual seria o culminar de todo este projecto”

Publicado a: 21/11/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Tiago Lessa

Random Acts Of Faith é o novo EP de dgtldrmr., produtor que faz parte dos quadros da Monster Jinx. Em 2015, suddenmøves.ep, trabalho que teve estreia no Rimas e Batidas, inaugurou o percurso do artista de Bragança na editora.

Paciente e minucioso, Rui Ferreira continua a construir arquitecturas sónicas que apelam à imaginação e criam imagens vívidas, bandas sonoras que, segundo o próprio, irão terminar “em forma de BD ou de curta-metragem”, se tudo correr conforme planeado.

O longa-duração ainda está longe do pensamento e as actuações ao vivo são a prioridade número 1 daqui para a frente. A propósito do lançamento do novo EP, o Rimas e Batidas falou com o produtor e tentou entender em que consistem estes “actos aleatórios de fé”.

 



O teu novo EP, Random Acts Of Faith, vem acompanhado de um pequeno conto. Qual é que foi a ideia? Criar um guião de uma curta-metragem e deixar já a banda sonora feita?

Sem tirar nem pôr. Esta história, que só existia na minha cabeça e começou a ser escrita pela banda sonora, será sempre o fio condutor. A partir da minha ideia original e do caminho que abri com as músicas, o Stray ajudou-me a materializar um texto 100% coerente com aquilo que eu realmente queria dizer. Como tal, levar esta história para um plano visual, em forma de BD ou de curta-metragem, seria o culminar de todo este projecto. Estou mesmo a tentar fazer isso acontecer.

O trabalho está dividido em duas partes e, em termos de som, não parece existir uma divisão. Para ti, o que é que distingue as duas metades desta narrativa sónica?

Existem elementos estéticos comuns a todas as tracks, o que acaba por evidenciar o meu estilo e dar uma certa solidez ao trabalho. Contudo, quis dividi-lo em duas partes, com moods diferentes que marcam o desenrolar da história. Esta divisão representa o antes e depois de algo. Pretende ilustrar uma alteração na visão, no estado emocional e no comportamento. Levantar questões em vez de lhes dar resposta.

Em 2015, suddenmøves.ep marcou a tua estreia pela Monster Jinx. O que é aconteceu na tua vida durante estes dois anos?

A nível pessoal, muita coisa mudou, o que acaba por se reflectir em tudo faço. Musicalmente, a entrada para a Monster Jinx foi, sem dúvida, um factor importante no meu desenvolvimento como produtor. Felizmente, acho que estou no sítio certo. A Jinx, enquanto crew, tem me ajudado incondicionalmente a operacionalizar as minhas ideias, sem pressões e sem contrapartidas.

Depois de mais uma “curta-metragem”, a pergunta que se exige é: a “longa-metragem” é a próxima etapa no teu percurso? 

Há bastante tempo que fazer um álbum está nos meus planos, mas ainda não foi desta. Sempre gostei de projectos mais pequenos pela liberdade que me dão para poder experimentar coisas diferentes, mas sinto que está a chegar a altura de fazer algo maior. Gosto de gastar tempo com a minha música, e raramente tenho pressa de lançar o que quer que seja, por isso é difícil prever quando irei entregar um full-length. Antes disso, quero transpor os dois últimos EPs para um live act (sound+sight), que pode surgir a qualquer momento. Depois disso, parto para outra.

 


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