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Publicado a: 30/04/2017

Colónia Calúnia provoca novo DILÚVIO

Publicado a: 30/04/2017

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [ARTWORK] Sérgio Faria

Salve-se quem puder: o colectivo Colónia Calúnia acaba de provocar um novo DILÚVIO. No novo EP, Tilt e L-ALI juntam rimas às batidas de Pesca.

O DILÚVIO chega para fazer a justiça e voltar a equilibrar os pesos da balança. No meio de tanta água, Tilt e L-ALI apontam versos ao estado caótico com que o mundo se depara e, claro, o actual momento que o hip hop vive. O rapper que editou O Conto no Rimas e Batidas fala no “projecto menos abstracto” do seu currículo. Em conversa com a nossa redacção, o MC revela ainda a forma como aborda este EP: “São os temas mais palpáveis que alguma vez fiz, no sentido em que roda tudo à volta do dilúvio e o porquê de ele ser necessário.”

Os dois MCs cruzaram-se pela primeira vez em “Beka Beka Beka” e acabaram por juntar trapos na casa de talentos da Colónia Calúnia. Pesca já havia servido L-ALI um pouco antes disso: a parceria estabeleceu-se com vários temas soltos e subiu de tom com algumas faixas n’O Conto. Há um ano, os dois editavam Baço pela Crate Records. O trio que hoje se apresenta é inédito, mas o trabalho nos bastidores não é de agora. Os objectivos já estavam bem definidos: “Foi há dois anos que começámos a fazer o projecto, mas sabíamos que queríamos direccionar uma crítica ao estado actual do mundo e ao movimento”, conta-nos o rapper que enverga a máscara, acrescentando com a frase que Tilt dá início ao hook presente em “DILÚVIO”: “Limpar o que está sujo e mandar fora o que está estragado.”

O DILÚVIO propõe-se a desinfectar as impurezas que encontrar no caminho. L-ALI e Tilt despejam a saliva nos recipientes instrumentais de Pesca, marcados por um forte cunho alternativo e experimental. Temas marcados por um registo de frequências graves possantes em torno das influências da bass music e do boom bap a baixas rotações da era digital do hip hop. “Tentei procurar um lado meio épico, místico ou bíblico”, explica-nos o produtor. Tilt conclui o desenrolar de ideias acerca deste EP com os motivos que levaram o trio a meter as mãos na ‘água’: “Tentámos agarrar as questões do rap – questões sociais e pessoais. Afinal de contas, precisamos de um dilúvio de vez em quando, tanto dentro como fora de nós.”

 


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