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Publicado a: 21/10/2016

Club Atlas levou o troféu mais desejado no Coliseu de Lisboa

Publicado a: 21/10/2016

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Red Bull Content Pool

 

A estreia do primeiro evento do Red Bull Music Academy Culture Clash em Portugal foi, para começar, uma celebração da variedade saudável na música portuguesa. Alex D’Alva Texeira e Gisela João foram os hosts responsáveis por guiar as crews e o público por uma noite que, apesar de alguns pormenores a corrigir em termos de som, teve todos os ingredientes para justificar que se repita todos os anos em Lisboa.

 


club atlas


Voltemos à noite de ontem: o Coliseu vestiu-se de gala – se na gala estivesse também incluido um intenso confronto de crews – e com os quatro palcos devidamente afastados entre si, já que as faíscas poderiam “queimar” alguém, Alex D’Alva Texeira deu o pontapé-de-saída para a noite com a explicação das regras. Depois, Gisela João apareceu no meio do público – mesmo por baixo do sonómetro – para o primeiro teste ao volume do entusiasmo colectivo. Logo de seguida, as crews  testaram as águas com a ronda inaugural a servir de cartão de apresentação: Club Atlas a alimentar-se dos graves e do afro-house celebrizado por Buraka para suportar Carlão e Kalaf – oportunidade para incendiar o Coliseu com rimas do reportório da “Doninha”; Moullinex Live Machine veio com funk, rock e disco na engrenagem, preconizando com “Fight For Your Right” o que seria a sua participação neste intenso clash; a Matilha mostrou uma mistura entre destreza de DJ e MCs – hip hop na casa – com rasgos EDM a tentar ganhar tudo à primeira. “We Are The Champions” dos Queen foi, se calhar, tocada demasiado cedo; Batida + os Kambas e o Próprio Kota tentaram desconstruir e deixaram tudo para o fim – Bonga entrou em palco, mas já era tarde para a primeira ronda…

 


batida


De seguida é que foi a “sério”: a segunda ronda já valia pontos e as faíscas começaram a surgir aí. Um verso alterado de Agir na música “Deixa-te de Merdas” a trazer o beef para o prato da Matilha; Pongolove a juntar-se à dupla masculina no microfone com genica avassaladora que só ajudou a subir ainda mais o nível do Club Atlas; Moullinex e companhia com Selma Uamasse e a incansável Da Chick a premiarem uma atitude rock’n’roll; e, no fim, os grandes vencedores: Batida com os irmãos Cabral a darem um autêntico show no meio de funaná, semba e derivados.

 


moullinex


A terceira ronda – “Dormindo com os inimigos” – trouxe um dos momentos mais incríveis da noite: Bonga e Pedro Coquenão a espalhar conhecimento sobre o verbo “estigar”, demonstrando a jovialidade de um dos maiores nomes da música angolana. A Matilha não se deixou ficar para trás e trouxe SP Deville com beatbox na guelra, juntando-se Supa Squad ao rol de convidados. Club Atlas decidiu trazer o hip hop para a mesa neste round com “Poetas de Karaoke” de Sam The Kid, “Pitas Querem  Guito” dos 5-30 e “Casanova” de Regula a dar o ar de sua graça. A vitória desta ronda seria de Moullinex Live Machine que levou bastante a sério a premissa de dormir com o inimigo: Mike El Nite subiu ao palco para fazer de Pacman em “Tás na Boa” dos Da Weasel e os Best Youth – com Catarina Salinas a sugir montando um cavalo – trouxeram “Fumo Denso” de DJ Ride e Capicua com uma roupagem bem mais rock. A luta estava cada vez mais acesa…

 


matilha


A última ronda era a que valia mais pontos e foi aí que as crews se esmeraram totalmente, levando o público ao rubro. Batida chamou ao palco os Konono nº1 que vieram do Congo para celebrarem a música negra, obrigando todos a dançarem sem parar até ao último minuto; Moullinex Live Machine trouxe um coro gospel e uma bateria de escola de samba para causar o pânico total no Coliseu – a mescla de géneros com audácia foi o grande ponto forte desta equipa; Matilha não se deixou ficar para trás ao entrar de rompante com “Verdes Anos” de Carlos Paredes pelas mãos de Stereossauro, seguindo-se Capicua, Dillaz e Valete – três dos nomes mais sonantes do universo hip hop do presente.

O Club Atlas sabia para o que vinha e o que tinha que enfrentar e trouxe as armas pesadas:  Nélson Freitas e o seu “Bo Tem Mel” e Richie Campbell injectaram força pop na equação e o resultado entusiasmou a multidão. Depois três rondas equilibradíssimas, a equipa de Branko, Fred, RIOT, Kalaf, Carlão e Pongolove foi premiada pelo público e o sonómetro, garantindo dessa forma o passaporte para o próximo Red Bull Music Academy Culture Clash.

 


carlão

da chick marta ren selma

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