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Publicado a: 22/08/2016

Chance The Rapper: “Nunca gostei da ideia do rap ser uma coisa competitiva”

Publicado a: 22/08/2016

[TEXTO] Amorim Abiassi Ferreira [FOTO] Billboard

 

“Quando escrevo, faço-o a partir de um tema, uma emoção, uma narrativa.” Chance the Rapper tem sido um tópico de conversa que com o tempo ganha cada vez mais dimensão. Toda a discografia dele é gratuita, nenhuma foi editada fisicamente e ele continua a construir a sua carreira sem o apoio de uma editora. Isso não quer dizer que ele está sozinho. A estrutura que o acompanha é formada por amigos e profissionais e a sua força é tanta que o lançamento da última mixtape, Coloring Book, re-escreveu as regras dos Grammys, passando estes a considerar álbuns de streaming para prémios. Explorando o mundo do artista, a Billboard publicou um artigo, escrito por Ben Austen, do qual retiramos 5 pontos relevantes:

 

 


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[O RAP NÃO É COMPETIÇÃO]

Chance The Rapper evoluiu através da colaboração. A população de Chicago vive segregada, mas graças a programas sociais e open-mics o artista conheceu aficionados de música de todos os cantos da cidade. Assim conheceu os membros da banda, entretanto extinta, Kids These Days. Faziam parte do alinhamento Vic Mensa e Nico Segal, este último tornou-se num colaborador frequente e actua como Donnie Trumpet. Por isso mesmo, ele vê todos os projectos musicais à sua volta com espírito de família: “Nunca gostei da ideia do rap ser uma coisa competitiva. Não é. Não ganho nada por alguém não ser bem sucedido.” defende Chance.

 


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[O CAMINHO QUE SEGUIU NÃO FOI PLANEADO]

O artista começou pela rota habitual: apresentou a mixtape 10 Day a labels grandes e algumas independentes. Enquanto ponderava as ofertas, esgotou um concerto de 500 lugares e seguiu em tour com Childish Gambino. Percebeu que não iria precisar de uma editora para distribuir e lançar o seu segundo projecto, Acid Rap. Começou um tour com Mac Miller e Chance revela: “os miúdos sabiam todas as letras das minhas músicas”. Foi então que o rapper e o seu manager decidiram continuar sem o apoio de uma editora. O dinheiro que recebem vem de tours, merchandise e acordos com marcas como a Apple, Bud Light e Citibank.

 


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[O IMPORTANTE NÃO É A MÚSICA SER GRATUITA]

No artigo da Billboard, o artista defende que o interessante não é como ele obtém lucros. “O importante não é a música ser gratuita. O que importa é como esta é mostrada e distribuída, e o poder artístico. O essencial sempre foi a relação entre artista e fãs”. Chance tem-se mostrado diligente em explorar essa relação, promovendo concertos surpresa a quem o acompanha nas redes sociais e mostrando que na relação entre ele e o público os dois lados têm a ganhar.


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[O QUE APRENDEU COM KANYE WEST]

Chano escreveu para cinco músicas do The Life of Pablo de Kanye West. Enquanto esteve envolvido no processo colaborativo, Chance tomou atenção à maneira como Kanye alugou um estúdio inteiro e dirigiu diferentes divisões recheadas de escritores, produtores, engenheiros, costureiros e até mágicos. “Vi-o a criar seis ou sete músicas assim. Roubei-lhe isso.” Chance alugaria um estúdio em Chicago onde pôs a equipa toda a dormir em colchões insufláveis enquanto produziam o projecto Coloring Book.

 


 

[O PAPEL DA RELIGIÃO NA SUA MÚSICA]

O mesmo projecto aproveitou a porta aberta por The Life of Pablo para puxar a sonoridade do gospel à música de Chance. Mas a faceta gospel tem-se estendido para lá dos temas musicais: o artista frequenta regularmente a igreja e encontra-se com o seu padre. O nascimento da filha e responsabilidade perante os fãs são duas coisas que podem ter acelerado e acentuado o papel da religião na sua vida: “Os miúdos diziam-me que tinham experimentado ácidos pela primeira vez ao ouvir o Acid Rap e perguntavam-me se eu queria. Entendi a responsabilidade que tens ao ser um artista popular.”

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