pub
[FOTO] Direitos Reservados
“Era algo que eu tinha acumulado”, disse Kendrick Lamar a Doryan Lynskey numa entrevista para o Guardian sobre aquele exasperante grito que se houve na abertura de “Alright”, novo single retirado de To Pimp a Butterfly. “Sabes quando recebes más notícias atrás de más notícias atrás de más notícias? E não consegues exprimir isso a ninguém e tens de aliviar de alguma forma? Fui capaz de guardar esse momento e colocar no disco.”
O momento a que se reporta aquela sentida expressão de clamor libertário aconteceu mesmo, algures em Dezembro de 2013, num hotel em Atlanta, contou Kendrick a Lynskey. E “Alright” procura ser um breve entorpecimento desses demónios numa mensagem que é plural.
Olhando para o cruzamento da imagem e do som neste single, Kendrick levita pelas ruas de Compton, repletas de homies, numa espécie de sonho em redoma conceptual – polícias carregar aos ombras um carro ocupado pela Top Dawg crew – Schoolboy Q, Ab-Soul e Isaiah Rashad; Kendrick a flutuar ao de leve sobre Compton; uma multidão em plena histeria na rua; alegria e esperança e dormência em “nigga we gon’ be alright“… até ao momento em Kendrick sucumbe ao imaginário disparo de um polícia, numa espécie de alerta, um não se deslumbrem, we gon’ be alright, mas a batalha, interior e exterior, não termina aqui.
Vídeo magistralmente concebido por Colin Tilley, cinemático em todos os frames, impressionante desde o primeiro segundo. Sem dúvida, um dos melhores do ano.
pub