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Publicado a: 14/04/2016

7 Dias, 7 Vídeos

Publicado a: 14/04/2016

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] Direitos Reservados

Spoiler: ScHoolboy Q voltou melhor que nunca!

Mas há mais: O espirito de J Dilla está cada vez mais presente entre a comunidade do hip hop; Uma década depois de desaparecer há um novo álbum prestes a sair com o espírito do génio de Detroit bem patente. Aqui em Portugal até lhe dedicamos um festival completo.

Token arrasou no programa de Sway Calloway, e Mike El Nite continua a fazer a diferença dentro do panorama do hip hop nacional. Sem esquecer, claro, da grande nova malha de Kaytranada. São sete motivos diferentes para fazerem scroll down e descobrirem o que restou da triagem audiovisual da semana que passou.

Em 7 Dias, 7 Vídeos, há uma vasta pesquisa pelo mais e o menos óbvio, coleccionando o melhor fruto de cada árvore para o dar a conhecer aos nossos leitores. É um resumo semanal onde o conteúdo nem sempre é mediático, mas tem sempre elevado interesse.

 


 

[TOKEN] “Freestyle @ Sway In The Morning”

Fuck it (…) I’m sensing something special“, diz Sway antes de apresentar o seu convidado principal, Token. O jovem de Massachussets tinha sido um dos destaques neste canto do Rimas e Batidas na semana passada e, dias depois, passou de um humilde convidado no programa matinal de Sway a um peso pesado no que aos improvisos diz respeito.

Tudo começa a partir dos 7 minutos de vídeo, depois das apresentações e algumas trocas de impressões, quando Token assume a liderança em frente ao microfone e entrega a alma a quem a quiser ouvir em cerca de 6 minutos de estilo livre, sem obstáculos. Uma autêntica hiena, como diria Sway. Flow multi-usos e rimas para qualquer ocasião. É mais uma grande demonstração de talento do jovem Token que continua a somar conquistas aqui e ali, apontando ao topo como meta.

 


 

[KAYTRANADA FEAT. ANDERSON .PAAK] “Glowed Up”

O álbum de estreia de Kaytranada é bastante aguardado por estes lados. Ele que, desde que apareceu no jogo, tem dado que falar graças à frescura das suas produções. A sua ascensão foi tão rápida que, em 3 anos, soma já um bom conjunto de temas em nome próprio e já assinou beats para os mais distintos ramos do hip hop e da electrónica. Mobb Deep, Freddie Gibbs ou The Internet são alguns desses exemplos.

Em “Glowed Up”, segundo tema adiantado de 99,9%, surge com uma das vozes do momento. Anderson .Paak, pois claro. Ele que dá realmente um outro brilho a esta construção rítmica carregada de graves e com um refrão a tender para o dreamy, que combina na perfeição com a voz e letra de Paak. O vídeo também brilha, a condizer com o titulo, portanto. Arrisco-me a dizer que é, para já, uma das melhores produções audiovisuais deste ano.

Mello Yello lemon, I’m glowed up.” E eu viciado.

 


 

[MIKE EL NITE] “T.U.G.A.”

“Tambores. Uivos. Gritos. Aplausos.” Mike El Nite volta com um valente hino à nova geração de hip hoppers que abraçam a electrónica e a bass music em busca de novos conceitos e formatos. Já era de esperar que Mike voltasse forte mas, desta forma, arrisca-se a que o seu Justiceiro seja uma daquelas personagens imbativeis que só conseguimos desbloquear depois de passar o último nível do jogo dez vezes sem morrer, utilizando todos os combos e fatalities disponíveis. Mas sem cheats.

Mike El Nite parece um daqueles putos que antes de colocar o CD na consola perde tempo a ler o manual para saber os truques todos. Este tema segue esse rigor. Sem falhas. É verdade que isto leva o hip hop e o rap para um outro nível completamente diferente. Mas e então, que mal tem isso? Venham mais destas.

 


 

[KOOLEY HIGH] “The Cleaners”

Um novo tema de Kooley High, retirado do seu último The Heights. “The Cleaners” conta com uma sonoridade bastante classy, deixa-me a imaginar como seria, eventualmente, a banda sonora da Cinderela caso o hip hop já tivesse o peso que tem nos dias de hoje. O vídeo também é bastante acolhedor, num misto de imagens que transpiram felicidade. Não devem ser muitos os MCs que se mostrariam disponiveis para dar banho ao cão, literalmente, num videoclipe. Nada podia ser mais amoroso do que isto esta semana.

 


https://youtu.be/cujUZvwqVjA

 

[PHIFE] “Nutshell (prod. J Dilla)”

Phife deixou-nos recentemente e, pelo caminho, reencontrou J Dilla. “Nutshell” é uma malha daquelas que vai buscar todo o feeling da golden era do hip hop. Produção acutilante, com o falecido membro dos lendários A Tribe Called Quest a disparar rimas com o skill e precisão de quem já anda nisto aos anos. Apesar de toda a renovação sonora que temos vindo a assistir no panorama do rap, nunca é de mais ouvir temas como este que soam a clássico.

O tema vai fazer parte do alinhamento de Give Thanks, o primeiro EP póstumo de Phife Dawg.

 


 

[SNOOP DOGG] Depoimentos sobre The Diary, de J Dilla

The Diary está quase a chegar e o espirito de J Dilla não podia estar mais presente do que agora. Também o Rimas e Batidas se deixou contagiar e, para honrar o grande mestre dos beats, vamos dedicar-lhe um festival de dois dias. Se ainda não deram conta dêem uma olhadela aqui.

O tio Snoop vai fazer parte deste novo álbum póstumo de Dilladog e deixou algumas declarações interessantes para a Mass Appeal, onde refere o espirito funk de Detroit que o produtor carregava na alma. Chega mesmo a dizer que gostava de ouvir-se a ele mesmo num beat de J Dilla juntamente com Dr. Dre, D’Angelo e Charlie Wilson, e refere que isso seria algo que “duraria os próximos 100 anos”, uma espécie de “hino nacional”, um clássico.

É certo que Snoop Dogg vai entrar em The Diary, sendo que o tema já foi divulgado no inicio do mês aqui.

 


 

 

[SCHOOLBOY Q] “Groovy Tony”

Ok, calma. Estava a aguardar pelo regresso de ScHoolboy Q que tardava em dar noticias. Finalmente saiu um vídeo novo e com um grande tema. Mais sombrio. Mais cru. Em “Groovy Tony”, ScHoolboy iguala-se a outras grandes figuras do rap americano que vão buscar inspiração à mítica personagem de Brian De Palma – Tony Montana, o lendário gangster de Scarface; E aqui, não se iguala no sentido de fazer igual ao que já foi feito. Não. Iguala-se no sentido da grandeza que o tema transmite. Conta-nos uma história puxada aos limites, daquelas que só vemos nos filmes e que nos dá arrepios se nos tentarmos colocar na pele da personagem. É sádico e, ao mesmo tempo, brilhante. Assustador mas aliciante. Produto a consumir de forma doseada, pois pode causar forte dependência.

Embora o próximo registo discográfico de Q permaneça no segredo dos deuses, esta é, sem duvida, uma faixa que eu gostaria de ver no meio do seu alinhamento.

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