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Publicado a: 02/05/2017

3 destaques da conversa com Here’s Johnny no último “Três Pancadas”

Publicado a: 02/05/2017

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] TV Chelas 

Que altura para se estar vivo! Principalmente se se for um artista em Portugal em vias de ser lançado pela Superbad. Não que haja algum cheat colectivo para contornar o jogo. Mas porque seria a forma mais fácil para poder trabalhar em estúdio com Here’s Johnny. O homem que assegura produções de topo para Regula, Holly Hood ou 9 Miller é um caso sério do beatmaking (e do hit making) nacional. E não só. Conforme já tinhamos dado conta neste artigo, onde o apontámos como um dos 7 produtores portugueses que neste momento merecem destaque, o alquimista da Superbad trabalha ainda com outros artistas: produz ou co-produz temas, faz trabalhos de mistura e masterização e assina capas para projectos.

É sem dúvida um homem pleno de talentos. E, depois de ter já sido entrevistado no podcast dos Orelha Negra, Here’s Johnny volta a sentar-se à mesa com Sam The Kid, acompanhado de Sir Scratch e João Moura, para uma conversa em torno do seu trabalho e dos métodos que utiliza. O mais recente episódio de “Três Pancadas” é, por isso, um vídeo bastante educativo em que não faltam dicas para os produtores. Neste episódio são igualmente revelados alguns pormenores de projectos a serem editados pela Superbad. O Rimas e Batidas debruçou-se sobre esta troca de ideias e destaca 3 pontos de interesse que surgiram durante a conversa com Here’s Johnny no programa da TV Chelas.

 



[A estreia a solo]

Apesar de Here’s Johnny ser já um dos nomes mais badalados do hip hop nos últimos tempos, o produtor pretende subir de nível com um projecto a que possa chamar “seu”. A meta já está traçada: um disco a solo que até já tem cá fora o primeiro single.

Não há ainda muita informação acerca do álbum que vai ganhando forma na cabeça do produtor. Mas, mesmo com Here’s Johnny a não querer revelar muito sobre o assunto, alguns pormenores importantes que vão certamente delinear a sua estreia são avançados. O produtor aproveita até para comparar o que pretende fazer com o posicionamento de DJ Khaled, um formato do qual se quer afastar: “Não gosto muito de compilar. Prefiro criar um conceito.” Dando ainda a entender que não quer fazer um álbum em torno de “vários artistas para separar a cena”, mas sim algo mais “continuo”, ou “homogéneo”, como sugere Sir Scratch.

Sendo No Money o intérprete de “Cúmplices”, com letra e vídeo de Holly Hood, este pode muito bem ser o trio chave em torno de toda a estreia de Here’s Johnny.

 



[O futuro da Superbad]

Os ouvintes vivem muito o presente mas, do lado dos bastidores, é preciso planear o futuro antecipadamente para surgir com um projecto coeso, que consiga perfurar o mercado e vingar nas plataformas de distribuição e nos concertos. A Superbad tem já o esquema montado e há até ‘novas’ caras que poderão surgir em breve no catálogo da label.

El Loko tem uma mixtape em mãos e regressa assim ao formato no qual mais o escutamos. Depois de somar entradas em Kara Davis, Lisa Chu, Egotripping e De Volta Ao Serviço, é pela Superbad que planeia editar a sua mixtape. 9 Miller tem sido protagonista de vários singles e o seu álbum de estreia também está agendado para este ano, tal como a segunda parte da trilogia O Dread Que Matou Golias de Holly Hood.

Mas não é só nas rimas que a label joga o seu futuro. Não estranhem se num prazo relativamente breve virem Stone Jones a assinar algum dos instrumentais do colectivo. É já uma figura presente nos concertos de Holly Hood e tem dado cartas no circuito underground com vários singles e EPs editados.

 



[A produção]

O segredo é a alma do negócio mas, no hip hop, a transmissão de conhecimentos raramente se nega. Here’s Johnny partilou também as suas técnicas e preferências com os anfitriões do programa. Explicou o porquê das tags dos produtores poderem jogar tanto a favor como contra num tema, defendeu a ideia de não repetir kits de bateria em temas diferentes para dar dinâmica às suas produções e falou ainda da organização e o processo de diggin: 2 passos importantes no processo da produção com recurso a samples. É importante saber como os procurar, onde os guardar e claro, como os utilizar. “Para me manter fresh”, solta, depois de revelar que está “sempre no activo” no que toca à procura de novos sons que lhe sirvam de inspiração. A parte da organização ajuda-o depois a revisitar o material que tem de sobra, algo que se torna útil com o passar dos anos, conforme vai aprendendo novas técnicas para produzir, que lhe permitam tratar os samples de outra forma que anteriormente não dominava ainda. No que toca a ‘truques’: “Eu antes tinha 3, agora tenho 20.” E isso nota-se nos nossos phones.

 


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