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Publicado a: 06/04/2016

2º Festival Rimas e Batidas: o que podemos esperar desta edição

Publicado a: 06/04/2016

É já amanhã que arranca a segunda edição do Festival Rimas e Batidas – menos de um ano depois da estreia,  em Setembro, no Cinema São Jorge. Tudo acontece a 19 e 20 de Abril, em Lisboa, no Musicbox e na Montana/Underdogs Public Art Store, para homenagear um dos grandes: o falecido mestre dos beats J Dilla.

Foi com este mote que convidámos uma série de artistas do hip hop nacional – MCs, DJs e produtores – para celebrarem o nosso primeiro aniversário ao prestarem tributo ao autor de Donuts.


 

[19 DE ABRIL, MUSICBOX]

Abrimos o evento às 21h30, na sala do Cais do Sodré, com uma MPC Jam apresentada por Beware Jack – o mesmo que lançou muito recentemente OProcesso com Blasph. O processo agora vai ser diferente: o rapper de Odivelas convidou Bambino (dos históricos Black Company), Praso (do colectivo alentejano Alcool Club) e o jovem Tayob Juskow, que vão demonstrar como é possível criar magia sonora numa das principais ferramentas que Dilla usou ao longo da carreira.

A noite também é das labels independentes do hip hop nacional e do melhor que se faz por cá neste meio. A Monster Jinx e a Mano a Mano são projectos crescentes na música urbana portuguesa que, com uma identidade própria vincada, editam regularmente e com qualidade. Estes dois projectos editoriais vão marcar presença no 2º Rimas e Batidas, com actuações inéditas – “Vamos fazer algo único e que não será repetido, portanto, quem for [ao festival] terá essa oportunidade de ver algo que vai apenas ser executado uma vez”, diz DarkSunn, produtor e DJ de renome e um dos principais responsáveis pela turma do monstro roxo, que também é representada em palco pelo rapper J-K e por SlimCutz nos cortes e arranhões no vinil.

“O nosso trabalho vai ser uma homenagem directa ao trabalho do Dilla, em que utilizaremos as suas músicas como base para o nosso MC J-K reinterpretar as suas [próprias] músicas. O J-K será acompanhado por mim na voz e nos instrumentais e pelo DJ SlimCutz nos pratos. Teremos também uma componente visual providenciada pelo dgtldrmr durante todo o nosso concerto”. Fica a promessa da Jinx para uma noite inesquecível no Musicbox – onde a Mano a Mano também traz os seus pesos pesados para homenagear o ídolo de Detroit. “Convidei os vários MCs da Mano A Mano a darem voz a temas clássicos do Dilla. Vai ser a primeira vez que irão ver a Mano A Mano toda junta no mesmo palco. Épico!”, diz com entusiasmo TNT, rapper e produtor de Almada que assume o leme deste grupo que junta gente como Nerve, Blasph, Beware Jack, TOM, MLK e Kulpado. Para esta noite, mais do que isso: TNT vai revelar pela primeira vez ao vivo vários temas do seu próximo disco, acompanhado em palco por uma banda com bateria, baixo e teclado. E já há uma pequena amostra a circular online…


 


A primeira noite do festival encerra com mais um concerto muito importante – a primeira apresentação ao vivo em Lisboa de Soft Power Sagrado, o álbum do trio Pro’Seeds, composto por Serial (dos Mind da Gap), Berna e DJ Score. O grupo, que lançou o primeiro single em 2014 e que tem agora o disco à venda, está também a lançar uma faixa por dia ao longo desta semana no seu canal de YouTube pelo que na noite de 19 não há desculpas para as letras não estarem minimamente na ponta da língua ou que os beats não soem familiares. Lançámos há dias em exclusivo um dos muitos bons temas do projecto, o single “Fora de Mim”, com a participação de Expeão, dos Dealema:



[20 DE ABRIL, MONTANA LISBOA/UNDERDOGS PUBLIC ART STORE]

No segundo dia do evento, a festa começa cedo com a celebração do primeiro aniversário do Rimas e Batidas – nascemos a 20 de Abril de 2015 – na nova galeria/loja conjunta da Montana Shop Lisboa e da Underdogs Public Art Store, no Cais do Sodré. A galeria que é de Vhils vai ser palco para uma festa com várias surpresas, a partir das 18 horas, com nitronious (outro nome da Monster Jinx) e mr_mute (homem da casa Rimas e Batidas) a rodar os discos num espaço que tem uma vista esplendorosa para o rio Tejo. Haverá ainda lugar a um curto showcase de Xksitu que em Fevereiro último estreou a sua mixtape aqui mesmo, no Rimas e Batidas.

Na mesma altura, entregamos a serigrafia do retrato de J Dilla feito por Vhils ao vencedor do leilão que ainda decorre neste momento no nosso Facebook e cuja maior licitação está fixada nos 700 euros. A receita reverte totalmente para a Associação dos Doentes com Lúpus.


vhils_dilla


[20 DE ABRIL, MUSICBOX]

Depois de jantar, a festa atravessa a Avenida 24 de Julho e passa novamente para a conhecida Rua Cor de Rosa – ou Rua Nova do Carvalho, como verdadeiramente se chama – para o Musicbox, onde os concertos do segundo dia mantêm a qualidade e exigência do primeiro. Os ORTEUM – colectivo actual de Tilt, Mass e Nero – apresentam em primeira mão o segundo trabalho, a mixtape Perdidos & Hashados, que tem 10 de Abril como data prevista de lançamento e que já tem um single para ouvir no YouTube.


 


“Estamos aí c’a mixtape Perdidos & Hashados a rebentar e sabemos que há aí malta a coçar os braços pela cena! Basicamente vamos apresentar o nosso projecto, sem esquecer outras pérolas que a malta gosta de fazer jus à oportunidade, por isso… vamos ter noite”, promete Tilt, um dos rappers que integra este projecto que se estreou em 2014 com a mixtape homónima.

Na mesma noite, Karlon representa o rap criolo feito em Portugal e dá-nos a conhecer o álbum ligado às raízes cabo-verdianas que tem preparado para editar nos próximos tempos. “Vai ser um concerto em que vamos estar todos em família e depositar as nossas energias ao J Dilla, sendo ele um dos deuses do hip hop a guiar-nos…”, promete Karlon, uma das figuras fundadoras do rap feito em criolo no nosso país, que começou nos Nigga Poison no início do milénio. Na noite de 20 de Abril, Karlon vai apresentar os principais temas da sua discografia a solo, pérolas da mixtape Paranóia e pelos álbuns Nha Momentu e Meskalina, editado o ano passado, mas há novidades, como já referimos. “Garanto que vou terminar [o concerto] em modo tradicional com o meu projecto de Cabo Verde… funaná e rap? [risos] Aguardem para ver…” E já podemos abrir o apetite com o single que Karlou lançou recentemente, “Fadiga Ku Kuzê”.


https://youtu.be/cttR3bcz02I


Karlon revela ainda que vai oferecer 20 cópias do seu último disco, Meskalina, às primeiras 20 pessoas que entrarem no Musicbox nessa noite. O rapper vai estar acompanhado em palco pelo DJ X-Acto, nos pratos – e Dynamite, rapper associado, abre o concerto com um pequeno showcase de apresentação.

“Acrescento ainda que temos os nossos irmãos SP Deville e Kroniko com álbuns cheios de clássicos”, diz Karlon, que apresenta da melhor maneira os seus congéneres de palco, que apresentam, numa actuação conjunta, respectivamente, Sou Quem Sou e Retrxspectiva, discos fortes, com muitas influências de trap, que lançaram nos últimos meses. A homenagem a Dilla, claro, é constante.



 


A segunda edição do Festival Rimas e Batidas encerra em grande com uma actuação conjunta dos irmãos DJ Ride e Holly – em nome da sua We Many – que estão a preparar um set exclusivo e especial dedicado às batidas de Dilla. “Pode-se esperar um set de homenagem ao J Dilla e às influências que ele transmitiu ao nosso trabalho!”, diz Holly, o músico mais novo da família das Caldas da Rainha. Espera-se uma boa sessão de scratch e de muitos beats.


cartaz Rimas e Batidas


As datas estão marcadas, os artistas afinam os últimos pormenores e os bilhetes encontram-se à venda – por 12 euros por noite, disponíveis online para dia 19 e 20, e numa série de pontos de venda físicos. O 2º Festival Rimas e Batidas promete ser imperdível e cheio de concertos especiais e inéditos, bem como repleto de apresentações de trabalhos de valor em primeira mão. Todas estas batidas, rimas e sonoridades dentro do espectro do hip hop português vão estar presentes neste evento, claro, sob a égide do grande mestre J Dilla. May he rest in beats.


 

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