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Publicado a: 27/11/2016

2º dia do Vodafone Mexefest: Até onde pode ir Gallant?

Publicado a: 27/11/2016

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Sara Coelho

Se no primeiro dia a Avenida da Liberdade não foi “abençoada” com chuva, a segunda jornada do Vodafone Mexefest foi bastante diferente, mas nada que não se tenha resolvido com as boleias nos carros do festival. Os nossos locais de “aterragem” foram o Cinema São Jorge e o Coliseu dos Recreios, parando brevemente na Garagem EPAL para um pouco de Ciência Rítmica Avançada, que merecerá report desenvolvivo por Ricardo Farinha.

 


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O primeiro nome que conferimos na nossa lista era também um dos que mais curiosidade suscitava: Gallant. Falsete, falsete e mais falsete. Ology é um álbum que ilustra bem a fase colorida que vive o r&b. O cantor, acompanhado por baterista, guitarrista e teclista, fez as delícias do público e, sempre explosivo, surpreendeu quando falou – o seu tom de voz é bem mais grave do que quando está a cantar. Não é de surpreender o buzz que trouxe na bagagem – Seal, Elton John ou Zane Lowe são apoiantes fervorosos –, demonstrando em todos os momentos ser um performer de excelência, andando aos trambolhões em palco, subindo colunas ou controlando a banda com mão de maestro. A nossa experiência enquanto público é um reflexo da prestação em palco de Gallant: um carrossel de emoções que nos leva para cima e para baixo sem corda, atirando-nos directamente para o âmago das suas experiências.

“Talking To Myself”, “Skipping Stones” – a teclista brilhou no lugar de Jhené Aiko – e “Weight in Gold” são grandes canções, indubitavelmente, mas todo o reportório é acima da média. Escreve como gente grande e torna as canções maiores que a vida – o que é que se pode pedir mais a Gallant? O Coliseu dos Recreios pôde assistir, tal como na noite anterior com NAO, ao florescer de um talento que tem todos os condimentos para ser uma estrela.

 


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Começar com um concerto tão imponente tornava a tarefa difícil para o que viria a seguir. Antes de seguirmos para PZ, a paragem de turista em Blasph & Beware Jack serviu para mostrar o que já sabíamos: o duo é caso sério feito de MCs talentosos com um espaço muito próprio. Deixamos a garagem e deslocamo-nos, debaixo de chuva, até à Sala Montepio do Cinema São Jorge…

PZ é caso à parte no universo musical português. Tornou-se mais conhecido do grande público graças a “Cara de Chewbacca” e criou uma ligação, aparentemente, especial com o público. Pelo menos, era isso que fazia transparecer o papel que indicava “lotação esgotada” à entrada da sala. De pijama, o traje oficial de concerto, Paulo Zé Pimenta apresentou-se em formato trio numa disposição quase “kraftwerkiana” da coisa – maquinaria para todos.

 


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“Toca a ‘Chewbacca’”, ouviu-se uma e outra vez entre canções. Não é brincadeira e a faixa produzida por dB parece ter ficado imortalizada no imaginário português. DJ Thundercuts foi chamado a palco e foi-nos dada a possibilidade de ouvirmos scratch por cima de “Tu És a Minha Gaja” e, finalmente, da tão esperada “Cara de Chewbacca”. Já não sairíamos do Cinema São Jorge: os Digable Planets estavam prestes a actuar no andar de cima.

Chegávamos assim a um dos mais esperados espectáculos do Vodafone Mexefest. O icónico grupo de hip hop trouxe consigo uma banda absolutamente incrível, importante elogiar especialmente o baterista – segurou a batuta e brilhou no solo. Fazendo a revisão pela matéria antiga, Ladybugg Mecca, Doodlebug e Butterfly mostraram-se unidos e nada enferrujados, lembrando-nos logo que os A Tribe Called Quest lançaram um álbum recentemente e dando o mote para um regresso do rap da golden era.

 


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E foi tudo à volta do amor. Num momento de transição nos Estados Unidos da América, as canções de liberdade e pensamento positivo são bem-vindas e tornam-se um bálsamo para a alma. Os Digable Planets não perderam qualidades, isso é garantido. Se o público começou todo sentado, o final apresentava um cenário diferente: todos em pé e a soltar o corpo numa missa rap que não perdeu actualidade.

Não restam dúvidas sobre o espaço que o hip hop consquistou em cartazes diversificados, como foi o deste ano do Vodafone Mexefest. Começa agora a contagem decrescente para o ano de 2017 que se adivinha pleno de surpresas. neste e noiyros campos. Venha o futuro que estamos todos prontos.


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